Aprende a desenvolver

 Konrad Lorenz

    

    Konrad Lorenz, zoólogo austríaco, foi o fundador da moderna Etologia, o estudo comparativo do comportamento humano e animal., uma nova área de estudos científicos com profundas implicações para a humanidade. Pelas suas descobertas recebeu o prémio Nobel de Fisiologia em 1973.

    Lorenz sugeriu que as espécies animais estão geneticamente construídas para aprenderem tipos específicos de informação que são importantes para a sobrevivência da espécie. Descreveu a aprendizagem de patos e gansos recém-nascidos. Os filhos, logo que nasciam, aprendiam a seguir a mãe, ou então, uma falsa mãe. O processo, que é chamado imprinting (cunhagem) compreende sinais visuais e auditivos do objecto "mãe" que são gravados, mesmo que sejam falsos. Isto provoca uma resposta de acompanhamento que depois vai afectar o adulto. Descobriu que muitos dos mais importantes padrões de comportamento dos animais, aqueles tradicionalmente chamados instintivos, eram inatos e não podiam ser explicados comportamentalmente. Eram comportamentos fixos, que não podiam ser alterados ou eliminados pelo meio, por mais que se manipulasse experimentalmente esse meio.

    Comportamentos instintivos acontecem espontaneamente, como que provocados por causas internas ao próprio animal. São comportamentos de busca, que não precisam sempre de um estímulo externo para se manifestarem. Para Lorenz, o comportamento do homem é fundamentalmente semelhante aos dos outros animais e está sujeito as mesmas leis causais da natureza. Segundo ele, o critério para determinar que um certo padrão de comportamento é inato, é que ele seja mostrando por todos os indivíduos normais da espécie, de determinada idade e sexo, sem nenhum aprendizado anterior e sem tentativas e erros. E este é o caso do comportamento agressivo, entre outros.

    O ponto crucial da visão de Lorenz a respeito da natureza humana é que, assim como muitos outros animais, o homem tem o impulso inato do comportamento agressivo em relação a sua própria espécie. Esse impulso estaria limitado a poucos danos, como acontece entre animais da mesma espécie, não fosse, no caso do homem, dois problemas:

    - O primeiro é este dispor de armas que multiplicam seu poder ofensivo. O desenvolvimento cultural e tecnológico coloca armas artificiais em suas mãos, de modo que o equilíbrio natural entre o potencial mortífero e a inibição é perturbado.

    - A segunda causa é que falta, na espécie humana, como em outros animais normalmente menos agressivos, o respeito ao gesto de submissão feito pelo perdedor. O homem, por essas razões, é o único animal que mata dentro de sua própria espécie.

 

 

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